sábado, 16 de julho de 2011

O meu primeiro beijo


O meu primeiro beijo foi muito rápido,... muito doce... e muito tímido...
Foi ele quem tomou a iniciativa... era um colega novo da turma. As meninas estavam todas apaixonadas por ele e ele não ligava a nenhuma de nós... Era mais velho do que eu 2 anos, tinha 14 e eu 12... e aconteceu no transporte escolar, no regresso a casa. Nunca arranjava lugar para me sentar e nesse dia ele guardou um para mim, não deixou que ninguém se sentasse até eu chegar e disse-me: "senta-te aqui comigo" Pensei que era mentira... queria que eu fosse com ele! Eu...!!! Mas ele disse de novo... "guardei para ti... quero que vás comigo" Sentei-me sem querer acreditar no que estava a acontecer. Todas as minhas amigas olhavam para nós e ele começou a falar... não sei o que disse, não ouvia nada... apenas pensava porque me escolhera a mim?!?! A meio da viagem começou a aproximar-se mais de mim e rodeou os meus ombros com o seu braço... senti-me no céu e ao mesmo tempo receosa... será que ele sabia que eu nunca fora beijada antes?!? Puxou-me para perto dele e sussurrou no meu ouvido... "vou dar-te um beijo" Eu olhei para ele a tremer e tentei dizer algo mas ele calou-me com os seus lábios... pressionou levemente os meus e depois soltou e voltou a pressionar com mais força, entreabrindo-os e passando a ponta da sua língua pelo reduzido espaço que tinha criado... depois deixou de pressionar e devagar afastou-se da minha boca... Afastou-se um pouco, mantendo o braço em redor dos meus ombros e depois voltou a sussurrar: “Já tiveste o teu primeiro beijo!” Fiquei extasiada a olhar para ele… ele afastou-se, deixou de me abraçar e cedeu o seu lugar a uma amiga minha que me fuzilou de perguntas…
Depois desse dia nunca mais me beijou, mas foi sempre um grande amigo, ninguém se atrevia a fazer-me mal… ele protegia-me! Até ele deixar a escola fomos sempre amigos e nunca falamos desse beijo… mas eu nunca os esqueci: nem ao beijo nem a ele… Ainda hoje, quando nos cruzamos, o que acontece muito raramente, há uma estranha cumplicidade entre nós… um carinho que transparece!

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